18.7.10

O PAPEL DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO

“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou;homem e mulher os criou.”(Gn 1. 27)

O PAPEL DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE RESTAURAÇÃO
Por Lourdes Dias - RJ, 29/05/10.

“Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior que o descrente.” (1 Tm. 5:8)

O que é família? (Jeremias, 2002:4)

ü É a base da sociedade e a mais eficiente estrutura de relação humana;
ü É a célula-mater da sociedade;
ü É a comunidade constituída por um homem e uma mulher, unidos por laço matrimonial, e pelos filhos nascidos desta união.

A formação familiar se inicia no casamento, conforme Deus revelou em Gn. 2:24: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”.

Os papéis bíblicos

Maridos: Ef. 5:25; 28;33 / 1 Pe 3:7

Esposas: Ef. 5:22-24 / 1 Pe 3:1-2

Modelos de famílias (Dr. Fábio Damasceno, 1996 apud Jeremias, 2002:29):

1. Família simbiótica ( dependência emocional)

As pessoas não conseguem definir claramente o que é competência de um e de outro. Não se diferenciam psicologicamente, não definem competências, direitos e deveres não estão claros. Parecem um purê, e não batatas.

“São excessivamente carentes, suguentos e não quer ir embora, pois querem estabelecer uma relação de dependência. Os membros vivem uma relação de invasão, sem respeito aos direitos. Qualquer movimento de individualização é percebido como traição.”

2. Família cismática (divergente)

Há dificuldade de se expressar amor um pelo outro. É o conflito que nutre a relação familiar. Os membros estão ligados por este conteúdo, prestando atenção nos deveres alheios para cobrança. As palavras saem sem qualquer controle, provocando culpa e arrependimento no indivíduo.
“São individualistas, enclausurados e com enorme dificuldade diante da perda.”

3. Família Mista

Estabelecem confirmação e limites, mas em blocos onde só uns passam os limites e outros só confirmação. Por exemplo, o pai muito rígido e a mãe superprotetora; ou o pai cismático (conflituoso) e a mãe simbiótica (sufocante). Os papéis são mantidos com rigidez. Lar aranha: a mãe tece a teia e domina tudo e todos.
“Desenvolvem uma individualidade oscilante, ora egocêntrica, ora frágil e dependente, sem encontrar o equilíbrio”.

4. Família individualizada

É amadurecida. Os pais se apoiam e se ajudam, mas não se sufocam. Conseguem alternar seus papéis com harmonia e coerência, sem entrar em competição. A família aprende a respeitar direitos e deveres de cada um. Há flexibilidade na troca de opiniões.
“Pessoas individualizadas que fornecem e recebem ajuda. Se ligam emocionalmente a outros sem se ‘pendurar’ neles. Têm senso de humor e valor próprios”.
Homossexualidade: Uma possível resultante da família disfuncional

Nascemos com uma identidade biológica: macho ou fêmea. Quem nasce com testículos mais tarde se tornará um macho adulto, mas não um homem. Quem nasce com ovários, se tornará uma fêmea adulta, mas não necessariamente uma mulher. Nosso corpo é parte de nosso ser, não a totalidade dele, pois somos corpo, alma e espírito. A identidade sexual masculina ou feminina não é recebida no nascimento, pois precisa se desenvolver. A homossexualidade não é um problema sexual, mas uma busca por afeto.

Nem sempre os pais conseguem suprir as carências de seus filhos, o que não significa que aquele pai não se dedicou ao filho(a). Os homens têm o papel de suprir emocionalmente a família. A mãe nutre afetivamente e o homem protege. Essa inteiração fornece uma visão adequada da família e leva os filhos a desejarem ter famílias semelhantes no futuro. A estabilidade emocional no lar é o bem mais precioso que se pode dar aos filhos. Não se trata de perfeição, mas de estabilidade.

Os filhos podem passar sem luxo, mas não podem passar sem os pais. O bem-estar emocional é o maior bem que os pais podem dar aos seus filhos. E esse bem-estar também resulta em uma identificação sexual saudável, estabilidade emocional e auto-estima equilibrada. Os papéis de pai e mãe sendo adequadamente exercidos levam os filhos a serem equilibrados e, um dia, a quererem ser como seus pais, macho e fêmea, homem e mulher.


E quando a homossexualidade se instala, qual o papel da família no processo de restauração dos filhos?

A primeira reação poderia ser distanciar-se da pessoa que assume a homossexualidade; porém, alguns pais, conselheiros e profissionais vitoriosos pensam diferente:

Ame incondicionalmente.
Rejeite o pecado, não a pessoa. “É nossa tarefa amar nossos filhos”, diz Bárbara Johnson. “E é tarefa de Deus trabalhar em suas vidas. A condenação não funciona, só o convencimento vindo de Deus pode causar uma mudança”.

A mãe recorda o momento em que o filho se declarou: “Cabeça inclinada, lábios retorcidos, eu sabia o que ele estava me dizendo: ‘Se você me rejeitar, não sei o que farei’”.

Amar a pessoa não representa apoiar o estilo de vida que ela leva. Um rapaz recorda as palavras que seu pai lhe disse: “Filho, você é carne da minha carne. Sua mãe e eu queremos te ajudar. Pode falar conosco quando quiser”. Hoje, o filho está feliz, casado e tem dois filhos: “sei que o amor incondicional de meus pais foi o que me ajudou a superar tudo”.

Transmita esperança
Muitos homens e mulheres que vivem o estilo de vida homossexual nunca ouviram falar de uma saída e precisam saber da existência de ministérios de apoio que podem oferecer ajuda. “Como adolescente, não enxergava nenhuma outra opção”, recorda. “Meu psicólogo me disse que simplesmente devia aceitar o fato”.

“Uma mulher já nasce mulher, mas um homem precisa tornar-se um. A masculinidade é arriscada e ardilosa. Conquista-se por meio de uma rebelião contra uma mulher e só se confirma por meio de outros homens”. (Camille Paglia, ativista lésbica, apud Nicolosi, 2005:21).

Não existe nenhuma evidência conclusiva de que se nasce homossexual. “Não existe uma inclinação ”natural” para o comportamento homossexual, mas existem situações adversas na vida de um garoto/garota que podem conduzir às tentações homossexuais”, afirma o Dr. George A. Rekers, professor de neuropsiquiatria e ciências do comportamento da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Sul.

Tais fatores podem surgir dentro da família. Muitos homens homossexuais, por exemplo, nunca sentiram carinho e aceitação de seus pais. Outros foram criados com mães controladoras e hostis. Outros fatores significativos incluem rejeição dos companheiros, abuso sexual, experiências sexuais com o mesmo sexo, descoberta de pornografia homossexual e a falta de uma educação sexual saudável.

“O ideal feminino: criativo, expressivo, intuitivo, receptivo, com empatia, ligado à matéria e ao espírito, perdeu-se de algum modo”. (Diane Eller-Boyko, conselheira, ex-lésbica, apud Nicolosi, 2005:153).

Com as lésbicas, a falta de vínculo com a mãe, com frequência, leva a uma sensação de sentir-se isolada de seu próprio gênero (“Nunca me senti mulher”). Essa falta de identidade sexual pode também resultar do fato de o pai não ter afirmado a sua feminilidade. Outro fator comum no desenvolvimento do lesbianismo é o trauma sexual. “Pelo menos 85% das lésbicas que atendo foram vítimas de abuso”, indica Darlene Bogle, conselheira americana.

Recuse a autocondenação
A família, com frequência, luta com um grande sentimento de culpa ao descobrir a homossexualidade de seu filho ou filha. Porém, é importante saber que, mesmo quando as circunstâncias não são ideais, os fatores familiares nem sempre causam o comportamento homossexual. Cada filho toma a decisão consciente de ir atrás de qualquer tentação que surja. Adotar um estilo de vida gay surge das decisões da pessoa, e não dos fracassos dos pais.

Peça perdão
Um pai arrependido de não ter estado em casa para ajudar a criar o filho, disse: “Não se pode desfazer o passado, Deus quer que depositemos sobre Ele essa carga. Troque a culpa pela paz de Deus”. Nos últimos anos, o pai tem trabalhado para restaurar sua relação com o filho: “Tenho aprendido que nunca é tarde demais”, conclui.
Hoje, seu filho abandonou a vida gay e está envolvido em um ministério para quem quer superar a homossexualidade.

Busque Deus todos os dias
Os pais também necessitam de cura em suas próprias vidas, não somente na vida de seus filhos. Uma mãe americana saiu do abismo da depressão gravando versículos das Escrituras em uma fita cassete, deixando espaço suficiente entre eles para poder repeti-los. Esses versículos se converteram em seu “café da manhã espiritual” a cada dia. “A Bíblia nos faz promessas importantes, assinala ela”. Uma de suas favoritas está em At 16: 31. Outros pais citam Jr 31: 16-17, I Sm 1: 28, Pv 22 : 6 e Jr29: 11.

Seja realista
Milhares de homens e mulheres têm deixado a homossexualidade. Porém, para a maioria deles, a restauração tem envolvido um processo bastante longo. Muitas pessoas restauradas dizem que a vitória é um processo de discipulado dia a dia. Pode haver tentações, assim como há para quem foi viciado em álcool, drogas ou jogo. Um ex-homossexual, casado agora, recorda suas primeiras lutas: “Depois de dois anos convertido, caí novamente em atividades homossexuais. Havia cultivado em secreto os meus desejos homossexuais e me isolado de outros cristãos.” Logo se arrependeu de seus atos, confessou-os a um irmão na fé e continuou caminhando. Há onze anos, desde aquela data, tem aprendido mais sobre a graça e misericórdia de Deus e não voltou mais a cair em comportamento homossexual.

Coloque seu ente querido nas mãos de Deus
A oração é a arma mais forte que há contra a homossexualidade. “Pude pôr o meu filho no altar de Deus quando me dei conta de que eu não podia mudá-lo, mas Deus sim”, disse uma mãe. “Eu o entreguei ao Senhor e estou em paz”.

Compreenda que a cura chegará
“Ah, se alguém tivesse me dito que eu superaria isto!”, se lamenta Barbara Johnson. Na década dos 70, ninguém queria falar sobre este assunto, o que fez com que minha dor fosse ainda maior”. Barbara resolveu que, se sobrevivesse, se abriria a outros que estivessem com o mesmo trauma. Desde então, o Senhor restaurou sua alegria e ela tem ajudado milhares de vidas.

Uma mulher recorda o primeiro passo de sua própria recuperação: “Comecei a buscar o Senhor para que curasse meu coração quebrantado e não pelas circunstâncias na vida de meu filho”.

Com o tempo, estes pais não somente sobreviveram, mas foram capazes de reconhecer alguns benefícios desta prova de fogo.

ü Alguns casamentos se fortaleceram: “Nossa crise familiar nos uniu, meu esposo e eu, na meta comum de orar pela nossa filha”.

ü Aumento da maturidade espiritual: “Meu caminhar com o Senhor agora é mais forte, sou uma pessoa melhor devido ao que se passou com o meu filho”.

ü Renovação dos relacionamentos: “Quero que me perdoe pelos anos de sofrimento que te causei, mãe, volto a dedicar minha vida ao Senhor. Me libertei da escravidão e o Senhor tem me limpado”.
“Hoje entendo que o problema do meu filho será solucionado em uma relação com o sexo oposto, mas quando ele aprender a se relacionar, de forma saudável, com o mesmo sexo”.

Libere a pessoa amada
A “liberação” de um ente querido não significa que o abandonamos ou que passamos a negligenciar nossas responsabilidades em relação àquela pessoa. Porém, significa:

ü abrir mão de nossa expectativa quanto àquela pessoa, sem exigir que ela realize os sonhos que são nossos com relação a ela;
ü que você abre mão de “receber qualquer pagamento” por parte daquela pessoa por qualquer coisa que lhe tenha feito;
ü perder o direito de uma tranquilidade ininterrupta;
ü às vezes, abrir mão do direito de “respeitabilidade” (talvez se tenha que enfrentar comentários indesejáveis de outras pessoas);
ü permitir que a pessoa enfrente dor e sofrimento, assumindo as consequências de suas próprias ações.


Referências

JEREMIAS, Rosemary. Família: plano de Deus e compromisso do homem. PIB-Niterói, 2002.

MINISTÉRIO EXODUS BRASIL: www.exodus.org.br

TORRESIN, Willy. A identidade sexual dos filhos precisa ser desenvolvida e cuidada. Disponível em: www.exodus.org.br

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