Diego
Casagrande (JORNALISTA DE PORTO ALEGRE)
Não espere tanques, fuzis e
estado de sítio.
Não espere campos de concentração e emissoras de rádio,
tevês e as redações ocupadas pelos agentes da supressão das
liberdades.
Não espere tanques nas ruas.
Não espere os oficiais do
regime com uniformes verdes e estrelinha vermelha circulando nas
cidades.
Não espere nada diferente do que estamos vendo há pelo menos
duas décadas.
Não espere porque você não vai encontrar, ao menos por
enquanto.
A revolução comunista no Brasil já começou e não tem a
face historicamente conhecida. Ela é bem diferente. É hoje silenciosa e
sorrateira. Sua meta é o subdesenvolvimento. Sua meta é que não possamos
decolar.
Age na degradação dos princípios e do pensar das pessoas.
Corrói a valorização do trabalho honesto, da pesquisa e da ordem.
Para
seus líderes, sociedade onde é preciso ser ordeiro não é
democrática.
Para seus pregadores, país onde há mais deveres do que
direitos, não serve.
Tem que ser o contrário para que mais parasitas se
nutram do Estado e de suas indenizações.
Essa revolução impede as pessoas
de sonharem com uma vida econômica melhor, porque quem cresce na vida, quem
começa a ter mais, deixa de ser "humano" e passa a ser um capitalista safado e
explorador dos outros.
Ter é incompatível com o ser. Esse é o princípio
que estamos presenciando.
Todos têm de acreditar nesses valores
deturpados que só impedem a evolução das pessoas e, por conseqüência, o
despertar de um país e de um povo que deveriam estar lá na frente.
Vai
ser triste ver o uso político-ideológico que as escolas brasileiras farão das
disciplinas de filosofia e sociologia, tornadas obrigatórias no ensino
médio a partir do ano que vem.
A decisão é do ministério da
Educação, onde não são poucos os adoradores do regime cubano mantidos com
dinheiro público. Quando a norma entrar em vigor, será uma farra para aqueles
que sonham com uma sociedade cada vez menos livre, mais estatizada e onde o
moderno é circular com a camiseta de um idiota totalitário como Che
Guevara.
A constatação que faço é simples.
Hoje, mesmo sem essa
malfadada determinação governamental - que é óbvio faz parte da revolução
silenciosa - as crianças brasileiras já sofrem um bombardeio ideológico
diário.
Elas vêm sendo submetidas ao lixo pedagógico do socialismo, do
mofo, do atraso, que vê no coletivismo econômico a saída para todos os males. E
pouco importa que este modelo não tenha produzido uma única nação onde suas
práticas melhoraram a vida da maioria da população. Ao contrário, ele sempre
descamba para o genocídio ou a pobreza absoluta para quase todos.
No
Brasil, são as escolas os principais agentes do serviço sujo.
São elas as
donas da lavagem cerebral da revolução silenciosa.
Há exceções, é claro,
que se perdem na bruma dos simpatizantes vermelhos.
Perdi a conta de
quantas vezes já denunciei nos espaços que ocupo no rádio, tevê e internet,
escolas caras de Porto Alegre recebendo freis betos e mantendo professores que
ensinam às cabecinhas em formação que o bandido não é o que invade e destrói a
produção, e sim o invadido, um facínora que "tem" e é "dono" de algo, enquanto
outros nada têm.
Como se houvesse relação de causa e
efeito.
Recebi de Bagé, interior do Rio Grande do Sul, o livro
"Geografia", obrigatório na 5ª série do primeiro grau no Colégio
Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora. Os autores são Antonio Aparecido e Hugo
Montenegro.
O Auxiliadora é uma escola tradicional na região, que
fica em frente à praça central da cidade e onde muita gente boa se esforça para
manter os filhos buscando uma educação de qualidade.
Através desse livro,
as crianças aprendem que propriedades grandes são de "alguns" e que
assentamentos e pequenas propriedades familiares "são de todos".
Aprendem
que "trabalhar livre, sem patrão" é "benefício de toda a comunidade". Aprendem
que assentamentos são "uma forma de organização mais solidária... do que nas
grandes propriedades rurais".
E também aprendem a ler um enorme texto
de... adivinhe quem? João Pedro Stédile, o líder do criminoso MST que há
pouco tempo sugeriu o assassinato dos produtores rurais brasileiros.
O
mesmo líder que incentiva a invasão, destruição e o roubo do que aos outros
pertence. Ele relata como funciona o movimento e se embriaga em
palavras ao
descrever que "meninos e meninas, a nova geração de assentados... formam
filas na frente da escola, cantam o hino do Movimento dos Sem-Terra e assistem
ao hasteamento da bandeira do MST".
Essa é A revolução silenciosa a
que me refiro, que faz um texto lixo dentro de um livro lixo parar na mesa de
crianças, cujas consciências em formação deveriam ser respeitadas.
Nada
mais totalitário. Nada mais antidemocrático. Serviria direitinho em uma escola
de inspiração nazifascista.
Tristes são as consequências.
Um grupo
de pais está indignado com a escola, mas não consegue se organizar minimamente
para protestar e tirar essa porcaria travestida de livro didático do currículo
do colégio.
Alguns até reclamam, mas muitos que se tocaram da podridão
travestida de ensino têm vergonha de serem vistos como diferentes. Eles não são
minoria, eles não estão errados, mas sentem-se assim.
A revolução
silenciosa avança e o guarda de quarteirão é o medo do que possam pensar
deles.
O antídoto para A revolução silenciosa? Botar a boca no
trombone, alertar, denunciar, fazer pensar, incomodar os agentes da "Stazi"
silenciosa.
Não há silêncio que resista ao barulho!
Diego
Casagrande é jornalista em Porto Alegre/RS