O programa Fantástico e o controle
populacional
Ivanaldo Santos (ivanaldosantos@yahoo.com.br)
Filósofo
O programa Fantástico da Rede
Globo da Televisão, exibido aos domingos em horário nobre, tem trazido ao ar uma
série de reportagens sobre o perigo do crescimento populacional. Trata-se de um
programa que, de um lado, é uma superprodução, uma verdadeira viagem ao redor do
mundo, com imagens feitas, por exemplo, na China e na África. Do outro lado, é
um programa apocalíptico, que apresenta os mortais perigos do crescimento
populacional, de ter filhos e coisas semelhantes. Uma pessoa que assista, com
convicção, um programa como esse, após ver um dos episódios concluirá que a pior
coisa que existe é ter filhos. Por causa disso, o melhor seria não ter filhos ou
então ter apenas um único filho.
Trata-se de uma série alarmista
que fica falando do perigo de ter muitos filhos (quem vai cuidar? Quem vai
alimentar?, etc) da falta de alimento e coisas semelhantes. A solução que o
programa apresenta é o controle populacional, novo nome dado ao controle da
natalidade, a reengenharia humana e coisas semelhantes. De acordo com a série
apresentada pelo programa Fantástico é preciso controlar a população no planeta
Terra, pois o planeta não aguenta mais tanta gente, falta comida, água e outras
coisas. A série da Rede Globo de Televisão chega até mesmo a elogiar o rígido,
radical e autoritário controle da natalidade feito pela China.
Há cinco questões que não são
apresentadas pela série do Fantástico.
1) Não são apresentados os
investimentos científicos para se obter mais comida, casas mais baratas e todo
um conjunto necessário a vida humana que agrida o menos possível o meio
ambiente. Uma série de países tem investido pesado na nova ciência.
2) Não se apresentam os subsídios
dados a fazendeiros na Europa para simplesmente não plantarem, as toneladas de
comidas jogadas ao mar para elevar o preço dos alimentos e outras formas de
impedir o aumento da produção de alimentos no mundo. Esse aumento acabaria com a
fome de grandes populações humanas sem, no entanto, precisar se recorrer ao
controle populacional defendido pela séria do Fantástico.
3) Não se apresenta que um dos
maiores males da sociedade contemporânea é o inchaço das grandes cidades e
metrópoles. Grande parte da população mundial está concentrada em apenas 5% do
território. Quando, por sua vez, cerca de 70% das cidades sofrem com o problema
da redução de população, vazios demográficos ou outro problema semelhante. Ao
contrário do que apresenta a série do Fantástico o problema não é o crescimento
das cidades, mas o supercrescimento de poucas cidades. É preciso haver uma
política de redistribuição da população no planeta e não simplesmente ficar
incentivando as pessoas a ocuparem as metrópoles.
4) A série do Fantástico não
apresenta as consequências brutais e negativas para a vida dos indivíduos por
causa do controle populacional. Por exemplo, na China, apresentada pela série
como modelo de controle populacional, os indivíduos vivem constantemente com
medo. No país só é permitido ter um único filho, o Estado tem total direito de
obrigar quem ele quiser a fazer um aborto, mulheres ou casais que queiram ter
mais de um filho precisam pagar altas taxas (impostos) e mesmo assim o Estado
pode não permitir o segundo filho. Grupos religiosos que se opõem à política do
Estado chinês do filho único, como é o caso dos católicos, são duramente
perseguidos, presos e até mesmo torturados e mortos. Tudo para manter a política
selvagem do controle da natalidade. As consequências já se fazem notar na China.
Entre elas cita-se: o crescimento de uma geração de filhos únicos, filhos
mimados, verdadeiros “reizinhos” cheios de autoritarismo, falta mulheres na
China para absorver o mercado de casamento. Com isso, grande quantidade de
homens ou irão a outros países para se casarem ou então terão que abraçar a vida
celibatária. Sem contar que a China já vive um período de envelhecimento da
população. O que fazer quando a população envelhecer? Afinal não há jovens para
repor essa população.
5) As graves consequências do
controle populacional que hoje vivem os países da Europa. São países que
passaram os últimos 40 ou 50 anos investindo em controle populacional, com
políticas de filho único, de não incentivar o casamento, de incentivo ao
homossexualismo, ao aborto e coisas semelhantes. As consequências são visíveis,
ou seja, hoje em muitos países da Europa (Itália, Bélgica, etc) morrem mais
pessoas do que nascem. Se não fosse à imigração vinda da África e da Ásia esses
países estariam semi-despovoados. É incrível como um país não consegue mais
suprir suas demandas a partir de sua própria população. Isso é uma prova de
decadência. Vale lembrar que uma das causas da queda do Império Romano foi
justamente o fato da população desse império adotar a política do controle
populacional (não casar, filho único, homossexualismo, aborto, etc) e, com isso,
ter grande redução da sua população civil. Esse fato foi um dos elementos que
possibilitou o avanço das tribos bárbaras sobre as cidades romanas. Com uma
população majoritariamente de idosos, como é o caso dos países da Europa hoje,
as tribos bárbaras tiveram muita facilidade em conquistar as cidades
romanas.
Diante do que foi exposto, por
que, então, a série do Fantástico faz tanta propaganda, de forma tão otimista,
do controle populacional? Do controle da natalidade? Essa série e outras da TV
têm por objetivo convencer as pessoas a aderirem ao controle populacional. Elas
passam a aparente mensagem neutra que, no mundo triste e sem comida em que
vivemos, é melhor não casar, não ter filhos, que qualquer gravidez pode ser
resolvida com um aborto ou algo semelhante. Trata-se de uma espécie de lavagem
cerebral, onde as pessoas são induzidas a pensar que o melhor é não ter filhos,
que não há outra esperança para a humanidade. Esse tipo de programa de TV é
incentivado em um país como o Brasil. Justamente o Brasil que tem resistido
bravamente às políticas internacionais, que são impostas de forma autoritária
por organismos como a ONU, o Clube de Roma e o Consenso de Washington, que
querem impor a população um rígido controle da natalidade.
Por fim, afirma-se que é preciso
questionar a série apresentada pelo programa Fantástico da Rede Globo e também a
política de controle populacional. Esse tipo de política só fará mal ao cidadão
que terá sua liberdade limitada e não vai desfrutar de uma família e de filhos.
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