Opinião: Cassação Rozangela Justino
Por Julio César
Psicólogo e mestrando em Ciências da Religião
(CRP 06/80058)
No próximo dia 31 de julho o Conselho Federal de Psicologia julgará o pedido de cassação do registro profissional da psicóloga Rozângela Justino. O motivo é que ela oferece serviço de terapia para gays e lésbicas que queiram mudar a orientação ou as práticas homossexuais. Segundo resolução do Conselho feita há 10 anos, a homossexualidade não é uma doença, nem distúrbio, nem perversão, por isso é proibido ao psicólogo tratá-la como uma anomalia. O curioso é que o código de ética dos psicólogos veda também ao profissional induzir o paciente a agir contra os seus valores morais, a discriminá-lo por suas crenças religiosas, muitas das quais qualificam a orientação ou prática homossexuais como pecado ou perversão.
Pensemos um pouco. Um homossexual bem resolvido na sua homossexualidade, satisfeito e que não que não se sente inferiorizado como sua orientação, procuraria os serviços de Rozângela? Creio que não, a não ser se por intenções de desqualificá-la ou de incriminá-la.
Um homossexual liberto de seus traumas e de seus complexos de inferioridade, que vive com alegria sua homossexualidade, ficaria perturbado, abalado e ameaçado na sua liberdade, com o testemunho de alguém que diz que deixou de ser gay, lésbica ou travesti? Creio que não, porque seguro de sua homossexualidade, mesmo que exista a possibilidade de se tornar heterossexual ele não quer mudar sua orientação. Olha para aquele que quer mudar e diz “se você quer isso para sua vida, vá em frente, busque aquilo que você acha que vai te fazer feliz”.
Desqualificar a possível eficácia da terapia oferecida por Rozângela pelos numerosos casos de ex-ex-gays, de gente que tentou, com muita força e disposição, e não conseguiu, e de gente que até aprendeu a desempenhar papéis heterossexuais em público e na família, mas que clandestinamente vive sua homossexualidade, é algo relativamente complicado. Por essa linha de raciocínio teríamos também que desqualificar as terapias para dependentes químicos, detentos e pacientes psiquiátricos, pelos fartos casos de abandono do tratamento, recaída quando não de pioramento.
Outro problema é estaríamos pondo em xeque a autenticidade dos depoimentos das pessoas que se dizem ter saído da homossexualidade. Deveríamos pensar que elas sofreram lavagem cerebral ou que estão mentindo? Mas ao conferir descrédito ao relato dessas pessoas o psicólogo não estaria agindo com preconceito, violentando emocionalmente o paciente e, assim, violando a ética e o espírito da ciência que é livre e aberto a novas possibilidades?
Um caso curioso é o do psiquiatra estadunidense Robert Spitzer, da Universidade de Columbia, Nova York. Em 1973 ele foi aplaudido pelo movimento glst por ter se posto na linha de frente da Associação Psiquiátrica Americana pela retirada da homossexualidade da lista de transtornos psiquiátricos. Passaram-se 18 anos e ele, após 247 entrevistas com pessoas que passaram por algum tipo de tratamento de reorientação sexual, chegou à conclusão de que com muita vontade e ajuda terapêutica é possível um homossexual virar heterossexual. E foi além, afirmou que o homossexual que livre e espontaneamente queira mudar sua orientação deve receber ajuda especializada. “A medicina não trata apenas de doenças”, disse ele.
Rozângela pensa semelhante. Ela também diz que é possível – não inevitável – a mudança, que depende da vontade do paciente. Críticas a parte, o que não é possível dizer é que as crenças dela não têm paralelo e respaldo na ciência.
Se duas das marcas da ciência são a pluralidade e a mutabilidade do conhecimento, por que o Conselho de Psicologia dogmatiza ao decretar que os psicólogos diante dos homossexuais mal-resolvidos podem de duas uma, ou ajuda eles a se resolverem na sua homossexualidade ou a se resignarem como tais? Seria só para não fomentar ainda mais a discriminação aos homossexuais e não por que o Conselho estaria de joelho à plataforma glst? Se sim, seria então justo que a Psicologia mesmo sendo possível, privasse os homossexuais que querem ser heteros de receber ajuda e indiretamente dizer para eles que a única ajuda que ela pode dar é ajudá-los a se aceitarem? Uma postura desse tipo não põe em xeque a credibilidade da Psicologia?
Espero que o Conselho aja com bom senso, não movido por ideologismo, por patologias políticas-partidárias, e garanta a liberdade científica e profissional de Rozângela, levando em consideração também o testemunho das pessoas que foram beneficiadas pelos serviços prestados por ela. Agora, se ela for cassada, nada a impedirá de continuar prestando serviço de apoio terapêutico, não somente porque a Psicologia não tem o monopólio, nem a paternidade, da terapêutica da alma, mas também porque creio que os homossexuais que querem mudança não vão deixar de buscar serviços do gênero. Quem deixar de procurar será pela descrença ou pela ineficácia do seu caso, não porque a Psicologia desacreditou.
Assim penso eu, para quem a liberdade e a moralidade autêntica não é coletiva, mas só é possível no exercício da consciência individual.
Esse texto é bastante reflexivo e útil para o CFP voltar atrás e ser um órgão representante de uma categoria de profissionais da ciência. Infelizmente, o CFP tomou uma medida decisória precipitada e injusta demais.
ResponderExcluirMeu nome é Viviane Peçanha Pinto e gostaria de manifestar meu protesto contra a decisão do CFP com relação a Psicóloga Rosangela Justino. Como cidadã registro minha indignação e rogo pela justiça e bom senso das autoridades competentes em revogar a decisão de restringir o trabalho dessa profissional que tem comprovado e desmentido a ideologia errônea de que uma vez homessexual, homossexual para sempre. Que essas autoridades permitam que alguém discorde da visão equivocada que eles tem com relação a essa questão e que a voz de Rosangela não seja a única a se levantar contra o direito de escolha das pessoas de reverter uma opção sexual. Se há em nossa sociedade o direito de escolha pela homessexualidade, por que inibir o direito do resgate da heterossexualidade? Que haja liberdade e proteção ao direito daquelas pessoas que desejam viver a heterossexualidade, mesmo aquelas que ainda vivem na homessexualidade, mas que por algum motivo desejam não mais se relacionar com pessoas do mesmo sexo.
ResponderExcluirDra. Rosangela, lute pelo seu direito, vivemos num pais democrático, temos o direito de pensar diferentes das massas. A sociedade quer viver atrás da mascara do direito de opção sexual, levando homens e mulheres a escravidão de uma vida infeliz. Nos cristãos temos que levantar para defender a ética e os bons costumes que devem nortear a nossas famílias. O seu trabalho assim como o trabalho desenvolvido pela igreja evangélica fará a diferença nesta nação, e muitos serão sarado de seus traumas e suas feridas de alma e de espírito, prevalencendo o direito de escola de ser como a criação de Deus "macho e femea os criou".
ResponderExcluirMiss. Nazaré Sorrillo, São Paulo, SP
A ciência (dita)moderna é dogmática e corporativa , e seus representantes näo agem mesmo com liberdade, que realmente "näo é coletiva". Parece piada mas muito rotulado de cientificamente correto é feito sem entendimento. A censura do CFP é um exemplo bem comum de quem age ederindo a um extremo em oposicäo a outros. Para estes do CFP vale aquela do célebre Guimaräes Rosa: "päos ou päes é questäo de opiniäes". E para quem aderiu ao homosexualismo tenho uma também: entäo quer dizer que se näo for do seu jeito é preconceito?...
ResponderExcluirPeraí!
Paulo de Almeida
Parabéns Sra.Rozângela Alves Justino pela competência e honestidade frente às suas convicções pessoais e profissionais, pela solidez de seus posicionamentos, pela humildade diante da complexidade dos fatos da vida mas principalmente pela sua coragem e grandeza moral em seguir lutando para ter voz e autonomia, manter o seu direito de pensar por si própria e fazer escolhas, diante do patrulhamento ideológico e da manipulação de informações em que vivemos na sociedade pós moderna. Apesar de ser um absurdo todo este estardalhaço (afinal a sra. não vai buscar nenhum paciente em sua casa, eles é quem a procuram), está valendo à pena porque trouxe uma outra visão diante para o coro de conformados que apregoam a "ciência", a "pesquisa" sem devida crítica à metodologia utilizada, onde poucos tem "peito" de dizer o que realmente pensam sobre o tema. Preferem esconder-se debaixo da hipocrisia, do comodismo ou militar em causa própria sem a devida honestidade quanto aos seus mais autenticos sentimentos. Quero acrescentar que muitas pessoas que eu mesma já tratei, evidentemente não todas, desenvolveram a homossexualidade a partir de dificuldades no início da sua vida heterossexual, concluindo a partir daí,erroneamente serem homossexuais. Já acompanhei adolescentes homossexuais que foram abusadas por empregadas em casa. Tratada a questão do abuso, a homossexualidade desapareceu por si, pois não foi meta do tratamento eliminá-la e tantos outros exemplos da clínica. Que Deus a abençoe e a proteja na sua caminhada.
ResponderExcluirPrezada Rosangela e leitores: Vejam no BLOG HTTP://GOSPELNOTICIASPONTOCOM.BLOGSPOT.COM/ o texto do nosso manifesto enviado ao CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA sobre a injusta punição imposta a Rozangela Alves - verdadeiro atentado a dignidade da profissão.
ResponderExcluirJosé J.Azevedo,Jornalista-Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná-Matrícula 3996)HTTP://VIDARTEECOLOGIA.BLOGSPOT.COM/
Rosangela
ResponderExcluirquero expressar meu apoio à sua causa, e concordo sim, que ha salvação para o homossexualismo. Eu sempre acreditei nisso, e mesmo sendo diagnosticado como portador desta anomalia(é assim que eu chamo), sempre pedi a Deus que mostrasse um caminho para a cura. Gostaria de obter mais informações a respeito .
Doutora Rozângela Alves Justino, a senhora está coberta de razão.
ResponderExcluirDoutora Rosangela - meu apoio e parabens. Pé na estrada, fé no caminho, erga a espada: Há muito trabalho a ser feito ou terminado.
ResponderExcluirDeus está com voce.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA sociedade quer colocar uma mordaça gay em todos aqueles que são contra o homossexualismo. A Constituição de 1988 - Constituição Cidadã - me garante liberdade de expressão e de pensamento, desde que não prejudique a ninguém. O trabalho da Dra. Rozangela está respaldado em diversos artigos da Constituição e, também, no pilar básico do direito que é a democracia. O problema é que todo homossexual é enrustido e se acha detentor de mais direitos e se vê em condições de possuir mais vantagens que qualquer cidadão comum.
ResponderExcluirDra. Rozangela, parabéns pelo seu trabalho. A senhora fez história e será recompensada e reconhecida.
Quero dizer que li a entrevista na Revista Veja, nas páginas amarelas, e concordei com tudo o que falou a Dra. Rozângela, e senti-me aliviada, vendo que tem gente viva nesse mundo. Existem poderes formidáveis nesse mundo planejando destruir a humanidade, e o melhor método é empurrar o ser humano para uma espécie de vida infra-humana, onde todas as nossas conquistas como humanidade se escoam pelos esgotos dessa libertinagem geral que se abateu sobre nós.
ResponderExcluirQue Deus abençoe a Dra. Rozângela para que ela não desista nunca. Não faltava mais nada a gente ser obrigada a aceitar todos os comportamentos anormais do ser humano só porque os políticos resolveram estabelecer que é normal.
É cada uma....
Como é lindo ver pessoas como a Dra. Rozangela que amam a Deus acima de todas as coisas....e situações.....Deus está contigo amada!E a graça dEle te basta
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir